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30 de out. de 2014

O tema da viagem em Voltaire






Para conhecer é preciso viajar. O tema da viagem, frequente em toda a literatura do século XVIII, adquire nos contos filosóficos um papel fundamental. Micrômegas se põe a "viajar de planeta em planeta para acabar de formar o espírito e o coração" (19, p. 109). Em O branco e o negro, o sonho de Rustan se dá também como viagem. É durante inúmeras viagens que se dá o longo aprendizado de Cândido. Ora, a utilização deste tema não é simplesmente um recurso de estilo. A viagem possui para o personagem dos contos de Voltaire uma força demonstrativa (1, p. 120-170). Viajar é olhar o mundo. A visão, como um dos sentidos mais completos, tem a função de alargar o conhecimento e permite também o julgamento na medida em que sugere comparações. O tema da viagem está diretamente ligado ao empirismo de Voltaire.






NASCIMENTO, Maria das Graças S. Imagens do materialismo nos contos de Voltaire, p. 44. Trans/Form/Ação, Marília , v. 7, Jan. 1984 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-31731984000100005&lng=en&nrm=iso>. access on 30 Oct. 2014. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-31731984000100005.

5 de ago. de 2014

Às gaivotas de Búzios



Hoje eu descobri que as gaivotas também brincam. Voam com uma graciosidade acrobática, como se as correntes de ar fossem os seus brinquedos.

2 de ago. de 2014

Mais do mesmo




Nietzsche dizia: a verdade é uma mentira gregária. Sendo assim, a mentira é uma verdade solitária.



Poser




Prefiro ser a mentira de uma rebeldia a ser a verdade de uma pose. Ou seja, se tudo for uma mentira, que ao menos eu seja uma mentira rebelde. 



Verdades sangrentas




Aprendi com um sábio que há duas formas de morrer por uma verdade: por tê-la seguido; ou por tê-la contrariado. 



1 de ago. de 2014

Amor e condição




Se você só ama os que "dão certo", perderá os que "dão certo" porque são amados. 





30 de jul. de 2014

A propósito da postagem anterior...




A propósito da postagem anterior, só agora me chegou ao conhecimento essa carta de Nietzsche a Mathilde Maier, da qual passo a transcrever um pequeno trecho:



(...) Se a senhorita pudesse sentir como eu em que ar puro dos cumes eu vivo agora, em que doce disposição ante os seres que ainda habitam na bruma dos vales, mais do que nunca decidido a tudo que é bom e de valor, cem passos mais próximo dos gregos do que eu era antes; e o quanto eu mesmo agora vivo aspirando à sabedoria nas menores coisas, ao passo que antigamente me contentava com venerar e idolatrar sábios -- em suma, se a senhorita chegar a experimentar como eu esta transformação e esta crise, oh, então a senhorita deveria desejar viver algo semelhante!

(...)



Nietzsche a Mathilde Maier, 15 de julho de 1878. Apud D'Iorio, Paolo. "Nietzsche na Itália: a viagem que mudou os rumos da filosofia. Tradução de Joana Angélica d'Avila Melo. -- 1.ed. -- Rio de Janeiro: Zahar, 2014. 



Meu livro de aforismos




Estou tentando finalizar o meu livro de aforismos, cujo título é "A discussão suprema das coisas pequenas". Ocorre que meu senso crítico não me permite e me manda recomeçá-lo. Pior ainda: manda nunca publicá-lo.


14 de jun. de 2014

Nelson Rodrigues, o futebol e a pornografia





O trecho abaixo foi extraído da crônica "O Pelé branco":



O futebol jamais foi mudo, jamais exigiu do craque um silêncio de sarcófago. Direi mais, se me permitem: -- o futebol é o mais falado e o mais pornográfico dos esportes. Durante os noventa minutos, tanto os craques em campo como o torcedor nas arquibancadas rugem os palavrões mais resplandecentes do idioma. Dir-se-ia que tanto o público como o craque têm, no berro pornográfico, um estímulo vital, precioso e irresistível. E se o meu personagem xinga os adversários, não faz outra coisa senão insistir num hábito que data dos nautas camonianos. Repito: -- o futebol se nutre de pornografia como uma planta de luz. 




Rodrigues, Nelson. À sombra das chuteiras imortais: crônicas de futebol. São Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 74.